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ToggleO que significa burnout e quando ele impacta o trabalho
A síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição ocupacional resultante de estresse crônico no trabalho que não foi gerenciado adequadamente.
Mas surge a grande dúvida: burnout pode trabalhar?
A resposta depende da gravidade do quadro e da avaliação médica. Em muitos casos, o afastamento temporário é necessário para garantir a recuperação física e emocional.
Burnout pode trabalhar? Entenda a questão jurídica e médica
A pergunta “burnout pode trabalhar” envolve não apenas a saúde do trabalhador, mas também aspectos legais. No Brasil, a síndrome é classificada como doença ocupacional, equiparada a acidente de trabalho, conforme o artigo 20 da Lei nº 8.213/91.
Isso significa que:
- Se a doença foi causada ou agravada pelo trabalho, o empregado tem direito a afastamento com emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
- O afastamento acima de 15 dias garante o recebimento de auxílio-doença acidentário (B91) pelo INSS.
- Há estabilidade provisória de 12 meses após o retorno.
Em contrapartida, se o quadro for leve e o médico considerar que o trabalhador pode seguir suas atividades com adaptações, não há obrigatoriedade de afastamento.
Critérios médicos para determinar se quem tem burnout pode trabalhar
Um ponto essencial é a avaliação clínica. O médico do trabalho ou psiquiatra analisará:
- Sintomas predominantes – exaustão, insônia, irritabilidade, crises de ansiedade.
- Nível de comprometimento funcional – se há prejuízo severo para executar as funções.
- Risco de agravamento – permanecer no ambiente de trabalho pode piorar a saúde?
- Necessidade de intervenção terapêutica – medicação, psicoterapia ou mudança de funções.
Se a conclusão for que a permanência no trabalho pode agravar a síndrome, o afastamento será indicado.
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Casos reais e decisões judiciais sobre burnout e trabalho
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) já analisou casos onde empregados diagnosticados com burnout foram reintegrados ao emprego por dispensa discriminatória.
Em um julgamento de 2023, uma trabalhadora de telemarketing afastada por burnout foi dispensada no retorno. O TRT entendeu que a dispensa foi abusiva, determinando a reintegração e o pagamento de salários retroativos.
Essa jurisprudência reforça que a questão “burnout pode trabalhar” vai além do aspecto médico: envolve também direitos trabalhistas fundamentais.
Impactos de continuar trabalhando com burnout
Embora, juridicamente, um trabalhador com burnout possa trabalhar em alguns casos, manter-se no emprego sem tratamento adequado pode trazer sérias consequências, como:
- Agravamento da exaustão física e mental.
- Risco de desenvolver transtornos depressivos e ansiosos.
- Redução da produtividade e aumento de erros.
- Possibilidade de afastamentos mais longos no futuro.
Adaptações no ambiente de trabalho para quem tem burnout
Nem sempre o afastamento é a única solução. Algumas empresas, comprometidas com a saúde mental de seus colaboradores, adotam medidas como:
- Redução de carga horária temporária.
- Realocação para funções menos estressantes.
- Implementação de pausas regulares.
- Programas de apoio psicológico.
Essas ações podem permitir que o trabalhador se recupere sem precisar se desligar completamente da função.
O papel do advogado na defesa dos direitos de quem sofre burnout
Contratar um advogado trabalhista especializado é essencial para garantir que os direitos sejam preservados. Um profissional experiente poderá:
- Avaliar se a empresa cumpriu suas obrigações legais.
- Auxiliar na solicitação de afastamento junto ao INSS.
- Acompanhar casos de assédio moral ou sobrecarga de trabalho.
- Propor ações judiciais em caso de dispensa discriminatória.
Além disso, um advogado pode negociar acordos extrajudiciais que preservem a saúde do trabalhador e sua estabilidade financeira.
Benefícios de contratar um advogado trabalhista no caso de burnout
- Orientação completa sobre direitos – inclusive estabilidade provisória.
- Apoio na documentação médica e jurídica.
- Agilidade no acesso a benefícios previdenciários.
- Prevenção contra abusos patronais.
- Planejamento estratégico para retorno ao trabalho.
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Perguntas Frequentes sobre burnout pode trabalhar
1. Quem tem burnout pode trabalhar normalmente?
Depende da gravidade do quadro. Em casos leves, com acompanhamento médico, é possível continuar, desde que haja adaptações.
2. Burnout é motivo para afastamento pelo INSS?
Sim. Quando o quadro impede o desempenho das funções, o médico pode emitir atestado e a empresa abrir a CAT.
3. A empresa pode demitir um funcionário com burnout?
Não durante o período de estabilidade, que é de 12 meses após o retorno do afastamento acidentário.
4. Preciso de laudo para provar burnout no trabalho?
Sim. O diagnóstico médico é fundamental para comprovar a doença e solicitar direitos.
5. Burnout pode trabalhar em home office?
Depende. O trabalho remoto pode reduzir o estresse, mas também pode manter as causas do burnout se a carga e a pressão não forem ajustadas.
6. É possível pedir indenização por burnout?
Sim, se ficar comprovado que a empresa contribuiu para o desenvolvimento da síndrome.
7. Burnout pode trabalhar meio período?
Sim, desde que autorizado pelo médico e ajustado com a empresa.
Sugestões estratégicas para o trabalhador com burnout
- Busque diagnóstico e tratamento o quanto antes.
- Documente todos os sintomas e comunicações com a empresa.
- Procure apoio jurídico especializado.
- Negocie condições de trabalho mais saudáveis.
- Não negligencie pausas e autocuidado.