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Regularização de terras devolutas: Aspectos legais, procedimentos e impactos no direito agrário

A regularização de terras devolutas é um tema central no direito agrário brasileiro, por envolver diretamente o patrimônio público, a política fundiária e a função social da terra.

Essas terras, pertencentes ao Estado e não destinadas a uso público específico, podem ser ocupadas por produtores rurais e, mediante certas condições, regularizadas e transferidas legalmente aos ocupantes de boa-fé.

No contexto da ocupação agrícola e da expansão territorial, muitos produtores utilizam áreas devolutas há décadas sem título formal. A regularização de terras devolutas surge, portanto, como instrumento de justiça agrária e inclusão social, permitindo que possuidores legítimos tenham segurança jurídica e acesso a políticas públicas de crédito e apoio à produção.

Conceito jurídico de terras devolutas

Segundo o artigo 20, inciso II, da Constituição Federal, terras devolutas são aquelas pertencentes à União, aos Estados ou ao Distrito Federal que não possuem destinação pública nem registro de domínio particular.

Em outras palavras, são terras públicas “sem dono definido”, mas que integram o patrimônio do Estado e podem ser objeto de regularização mediante processo administrativo, quando ocupadas de boa-fé e utilizadas para fins produtivos.

A regularização de terras devolutas não é simples transferência de posse — trata-se de uma concessão legal de domínio com base em critérios técnicos e sociais, respeitando a função social e ambiental da propriedade.

Classificação e natureza das terras devolutas

Nem todas as terras devolutas possuem a mesma origem ou destinação. No Brasil, elas se classificam em:

  1. Terras Devolutas da União: localizadas em faixas de fronteira, margens de rios federais e áreas de segurança nacional.
  2. Terras Devolutas Estaduais: patrimônio dos Estados, geralmente localizadas no interior, e mais comuns em processos de ocupação agrícola.
  3. Terras Municipais Devolutas: bens vagos pertencentes ao município, geralmente pequenas áreas urbanas ou periurbanas.

A regularização de terras devolutas é competência do ente público proprietário — União, Estado ou Município — conforme a localização e a natureza jurídica da terra.

Objetivos da regularização de terras devolutas

O processo de regularização de terras devolutas tem como objetivos principais:

  • Garantir segurança jurídica aos ocupantes legítimos;
  • Promover o uso racional e produtivo da terra;
  • Reduzir conflitos fundiários e grilagens;
  • Integrar agricultores familiares à economia formal;
  • Assegurar a função social e ambiental da propriedade;
  • Ampliar a arrecadação e o controle patrimonial do Estado.

Assim, a regularização fundiária das terras devolutas beneficia tanto o poder público quanto os particulares, equilibrando justiça social e eficiência administrativa.

Quem pode solicitar a regularização de terras devolutas?

Podem requerer a regularização de terras devolutas:

  • Produtores rurais e agricultores familiares que ocupem a área de boa-fé e exerçam posse mansa e pacífica;
  • Comunidades tradicionais, quilombolas ou ribeirinhas com ocupação comprovada e uso coletivo;
  • Pessoas jurídicas que explorem atividades econômicas produtivas, desde que observem os limites legais;
  • Entidades públicas em programas de assentamento ou reforma agrária.

O direito à regularização depende de provas documentais e testemunhais que comprovem a ocupação legítima, o tempo de uso e a exploração produtiva da terra.

Etapas da regularização de terras devolutas

O processo administrativo de regularização de terras devolutas é dividido em etapas, que podem variar conforme o Estado, mas seguem diretrizes semelhantes:

1. Abertura do processo administrativo

O interessado apresenta requerimento ao órgão fundiário competente (INCRA, INTERMAT, ITERPA, ITESP, ITERGO, entre outros), indicando a localização e a área ocupada.

2. Levantamento fundiário e vistoria técnica

Técnicos realizam a vistoria e o georreferenciamento da área, verificando se a terra é de fato devoluta, se há sobreposição de registros e se cumpre a função social.

3. Análise jurídica e ambiental

O órgão avalia se a ocupação é legítima, produtiva e compatível com normas ambientais, como o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

4. Emissão do termo de reconhecimento e título de domínio

Após aprovação, o ocupante recebe o título de domínio ou de concessão de uso, com registro no cartório de imóveis.

5. Regularização definitiva

O título garante o direito de propriedade e acesso a crédito rural, financiamentos e programas agrícolas.

Critérios jurídicos e ambientais da regularização

A regularização de terras devolutas deve respeitar princípios constitucionais e critérios técnicos:

  • Função social da terra (art. 186 da CF);
  • Proteção ambiental (Código Florestal);
  • Proibição de comercialização especulativa;
  • Prioridade à agricultura familiar e comunidades tradicionais;
  • Prova de ocupação contínua e produtiva.

Esses critérios asseguram que a regularização de terras devolutas cumpra seu papel social, evitando a concentração de propriedade e o desmatamento irregular.

Diferença entre terras devolutas e terras particulares

AspectoTerras DevolutasTerras Particulares
TitularidadeUnião, Estado ou MunicípioPessoa física ou jurídica
RegistroNão possuem matrícula privadaRegistradas em cartório
DestinaçãoPública, para uso produtivo e socialLivre disposição
RegularizaçãoDepende de autorização estatalRegularização via registro civil
FinalidadeReforma agrária e uso socialExploração econômica privada

Essa distinção é fundamental, pois a ocupação irregular de terra pública não gera propriedade automática, sendo necessária a regularização de terras devolutas conforme a lei.

Importância da regularização de terras devolutas para o setor agrário

A regularização de terras devolutas é instrumento estratégico para o desenvolvimento rural e a sustentabilidade do agronegócio.

Ela reduz a insegurança jurídica, estimula o investimento produtivo e fortalece o cumprimento da função social da propriedade.

Além disso, amplia o acesso ao crédito rural (PRONAF, Banco do Brasil, Caixa), viabiliza programas de irrigação e incentiva o manejo sustentável.

Com a regularização, o produtor rural pode registrar sua terra, planejar sucessões familiares e participar de políticas públicas.

Principais desafios na regularização de terras devolutas

Apesar dos avanços, o processo de regularização de terras devolutas ainda enfrenta desafios:

  • Burocracia e morosidade administrativa;
  • Falta de levantamento fundiário completo;
  • Sobreposição de registros e conflitos de posse;
  • Pressões políticas e econômicas;
  • Carência de assistência técnica e jurídica aos pequenos produtores.

Esses obstáculos exigem aprimoramento das políticas públicas e maior integração entre órgãos fundiários, ambientais e cartoriais.

FAQ – Perguntas frequentes sobre regularização de terras devolutas

1. O que são terras devolutas?
São terras públicas sem destinação específica e sem registro de domínio particular, pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios.

2. Quem pode solicitar a regularização de terras devolutas?
Agricultores familiares, comunidades tradicionais, empresas rurais e ocupantes legítimos de boa-fé.

3. É possível regularizar terras devolutas da União?
Sim, desde que a ocupação seja legítima e esteja dentro das políticas de regularização fundiária federal.

4. Quanto tempo leva o processo de regularização de terras devolutas?
O prazo varia conforme o Estado e a complexidade da área, podendo levar de 6 meses a 3 anos.

5. A regularização de terras devolutas gera título de propriedade?
Sim. Após aprovação, o ocupante recebe título de domínio ou concessão de uso registrado em cartório.

6. Quais documentos são necessários para iniciar o processo?
Planta e memorial descritivo, documentos pessoais, provas de posse, comprovantes de uso produtivo e certidões cartoriais.

7. A regularização de terras devolutas pode ser negada?
Sim, se a ocupação for recente, improdutiva, irregular ou em áreas ambientais protegidas.

Dicas práticas para regularizar terras devolutas

  • Mantenha registros de ocupação e uso produtivo da área;
  • Solicite o Cadastro Ambiental Rural (CAR);
  • Contrate técnico habilitado para o georreferenciamento;
  • Busque assistência de advogado especializado em direito agrário e fundiário;
  • Evite construir ou desmatar antes da análise do órgão fundiário;
  • Guarde todos os comprovantes e notificações administrativas.

Conclusão

A regularização de terras devolutas é um processo essencial para garantir justiça fundiária, desenvolvimento sustentável e segurança jurídica no campo brasileiro.

Ela transforma a posse precária em propriedade legítima, assegurando que o uso da terra cumpra sua função social e ambiental.

Cumprir corretamente todas as etapas da regularização de terras devolutas é o caminho para que produtores rurais, comunidades e famílias assentadas conquistem a titularidade legal e integrem-se plenamente à economia formal.

Mais do que um direito, a regularização de terras devolutas é um instrumento de cidadania, progresso e equilíbrio territorial no Brasil.

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Maria Clara Dias

Advogado e Escritor

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